A evolução do consumo de tabaco em Portugal versus as medidas anti-tabágicas

A evolução do consumo de tabaco em Portugal ao longo das últimas décadas tem sido marcada por uma mudança significativa de hábitos e uma série de medidas anti-tabágicas implementadas pelo governo. Neste texto, abordaremos essa evolução e o impacto das medidas no consumo de tabaco no país.



Durante muitos anos, o tabaco foi amplamente consumido em Portugal, tanto em ambientes públicos quanto privados. Os cigarros eram vistos como um símbolo de status e socialização, e o ato de fumar era considerado normal e aceitável na sociedade. No entanto, à medida que a conscientização sobre os riscos do tabagismo para a saúde aumentou, o governo português tomou medidas para combater esse problema de saúde pública.

Uma das primeiras medidas adotadas foi a implementação de advertências de saúde nas embalagens de cigarros. Essas advertências, com imagens impactantes e mensagens de alerta sobre os danos causados pelo tabaco, visavam informar os consumidores sobre os riscos associados ao fumo. Além disso, foram impostas restrições ao marketing e à publicidade de produtos de tabaco, com o objetivo de reduzir sua promoção e tornar o consumo menos atrativo, principalmente para os jovens.

Posteriormente, em 2007, foi aprovada a Lei do Tabaco, que estabeleceu restrições mais rigorosas ao consumo de tabaco em locais públicos fechados, como restaurantes, bares e espaços de trabalho. Essa medida teve um impacto significativo, criando ambientes livres de fumo e protegendo não fumadores da exposição passiva ao tabaco. Além disso, a lei também proibiu o fumo em alguns espaços ao ar livre, como parques infantis e áreas de lazer.

Outra medida importante foi o aumento gradual dos impostos sobre o tabaco, tornando os cigarros mais caros e menos acessíveis. Essa estratégia teve como objetivo desencorajar o consumo, principalmente entre os mais jovens, que têm menor poder aquisitivo. O aumento dos preços dos cigarros combinado com a conscientização sobre os efeitos prejudiciais do tabagismo contribuiu para a redução do consumo.

Essas medidas anti-tabágicas têm apresentado resultados positivos. Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, o consumo de tabaco em Portugal tem diminuído gradualmente nos últimos anos. O número de fumadores regulares tem vindo a diminuir, especialmente entre os jovens. Além disso, a exposição ao fumo passivo também tem diminuído significativamente, graças às restrições de fumar em espaços públicos.

No entanto, apesar dos progressos alcançados, o tabagismo ainda é um desafio em Portugal. A luta contra o tabaco exige um esforço contínuo, com a implementação de políticas abrangentes, campanhas de sensibilização e programas de cessação tabágica. É fundamental manter e reforçar as medidas anti-tabágicas existentes, garantindo a proteção da saúde dos cidadãos e o avanço na redução do consumo de tabaco em Portugal.

Em suma, a evolução do consumo de tabaco em Portugal tem sido influenciada pelas medidas anti-tabágicas implementadas pelos diversos governos. 

O aumento da conscientização sobre os riscos do tabagismo, aliado às restrições de consumo e às ações de prevenção, tem contribuído para a diminuição do número de fumadores no país. No entanto, é necessário continuar a promover políticas eficazes e a incentivar uma mudança de mentalidade em relação ao tabaco, a fim de alcançar uma sociedade cada vez mais livre do fumo.

O Desafio de Deixar de Fumar em Busca de uma Vida Mais Saudável

Fumar, um hábito que já foi considerado "chique" e glamoroso, hoje é amplamente reconhecido como uma das principais causas de doenças e mortes evitáveis em todo o mundo. Neste artigo, vamos explorar os malefícios do tabagismo e fornecer um conselho essencial para aqueles que desejam abandonar o vício e trilhar o caminho de uma vida mais saudável.

Os Malefícios do Tabagismo:

Fumar cigarros é extremamente prejudicial à saúde, afetando não apenas os pulmões, mas também todo o organismo. A nicotina e as substâncias tóxicas presentes no tabaco têm um impacto negativo no sistema cardiovascular, aumentando o risco de doenças cardíacas e derrames. Além disso, o tabagismo está fortemente associado a diversos tipos de câncer, como o de pulmão, boca, garganta e esôfago. Não podemos esquecer também dos efeitos negativos sobre a pele, os dentes, o sistema respiratório e a fertilidade.

O Primeiro Conselho: Busque Apoio e Informação:
Deixar de fumar pode ser um desafio, mas certamente é um passo crucial para melhorar a qualidade de vida e prevenir doenças graves. O primeiro conselho essencial é buscar apoio e informação adequados. Converse com um médico ou profissional de saúde, que poderá oferecer orientação personalizada e opções de tratamento. Existem programas de cessação tabágica, como terapias comportamentais e uso de medicamentos, que podem aumentar significativamente as chances de sucesso.

Além disso, junte-se a grupos de apoio, tanto presenciais quanto online, onde você poderá compartilhar experiências e receber suporte de outras pessoas que também estão em busca de uma vida livre do tabaco. Conhecimento é poder, portanto, informe-se sobre os efeitos do tabagismo e os benefícios imediatos e a longo prazo que você obterá ao abandonar o vício. Compreender os motivos pelos quais você deseja parar de fumar e os benefícios que isso trará à sua saúde e bem-estar é fundamental para manter a motivação ao longo dessa jornada.

Conclusão:

Abandonar o hábito de fumar é um desafio pessoal e único para cada indivíduo, mas é uma escolha que traz inúmeros benefícios para a saúde e o bem-estar geral. Os malefícios do tabagismo são inegáveis, mas com o apoio adequado e o compromisso pessoal, é possível superar esse vício e construir uma vida mais saudável e plena.

Lembre-se de que o primeiro passo é buscar apoio e informação. Converse com um profissional de saúde, participe de grupos de apoio e informe-se sobre as estratégias disponíveis. Acredite no seu potencial de mudança e mantenha-se motivado em direção a uma vida livre do tabaco. O seu corpo e a sua saúde agradecerão por essa escolha valiosa.
O tabaco é uma das drogas mais prejudiciais para a saúde humana. 

Fumar pode causar uma série de doenças graves, como o câncer, doenças respiratórias e cardiovasculares, além de diminuir a qualidade de vida de quem fuma e daqueles que estão expostos à fumaça passiva.

Apesar de ser um hábito difícil de abandonar, há diversas estratégias que podem ajudar fumantes a deixar de fumar. Neste artigo, apresentaremos 5 truques para deixar de fumar e os malefícios do tabaco para a saúde.


Os malefícios do tabaco para a saúde

Fumar pode afetar diferentes partes do corpo, e seus malefícios são variados. Algumas das consequências mais graves do tabagismo incluem:

Câncer/Cancro: o tabaco é responsável por cerca de 30% das mortes por câncer/cancro no mundo. Fumar aumenta o risco de 
câncer/cancro de pulmão, boca, faringe, laringe, esôfago, pâncreas, fígado, rim, bexiga, colo de útero e leucemia.


Doenças respiratórias: fumar é a principal causa de doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), que inclui bronquite crónica e enfisema. Também aumenta o risco de asma e pneumonia.


Doenças cardiovasculares: fumar aumenta o risco de doenças cardiovasculares, como infarto e acidente vascular cerebral (AVC).


Problemas de fertilidade: fumar pode reduzir a fertilidade tanto em homens quanto em mulheres. Além disso, mulheres que fumam durante a gravidez aumentam o risco de aborto espontâneo, parto prematuro e problemas no desenvolvimento fetal.


Envelhecimento precoce: fumar pode acelerar o envelhecimento da pele, causando rugas e manchas.



5 truques para deixar de fumar

Deixar de fumar pode ser um processo difícil e desafiador, mas é possível com algumas estratégias. Aqui estão cinco truques que podem ajudar a abandonar o hábito:

Defina uma data para parar: escolha uma data para parar de fumar e prepare-se mentalmente para ela. Avise seus amigos e familiares sobre sua decisão, para que eles possam apoiá-lo.


Identifique gatilhos e evite-os: fumar geralmente está associado a determinados momentos ou atividades, como beber café ou sair com amigos que fumam. Identifique esses gatilhos e evite-os ou tente substituí-los por hábitos mais saudáveis.


Use terapias de substituição de nicotina: as terapias de substituição de nicotina, como adesivos, pastilhas e comprimidos, podem ajudar a aliviar os sintomas de abstinência.


Procure apoio: converse com amigos, familiares ou um profissional de saúde sobre a sua decisão de parar de fumar. Eles podem oferecer suporte emocional e encorajamento durante o processo.


Pratique atividades físicas: a atividade física pode ajudar a aliviar o estresse e a necessidade de fumar, para além dos óbvios benefícios para a sua saúde.

Desde 2011 tabaco já aumentou 18%

Agravamento do imposto vai ditar uma atualização de dez cêntimos no maço de tabaco. Venda de cigarros aumentou quase 14% em 2016.

O tabaco vai aumentar já na quarta-feira, dia 1. Tomando como exemplo a marca SG Ventil, o anunciado agravamento de dez cêntimos significa que aquele maço passará a custar 4,70 euros, uma subida de 18% (mais 80 cêntimos) face ao preço de 2011 (3,90 euros).



Apesar dos consecutivos aumentos do Imposto sobre o Tabaco (IT) e das campanhas que tentam sublinhar os seus malefícios, os consumidores não parecem dispostos a largar o vício. O volume de vendas dos cigarros aumentou 13,76% no ano passado face a 2015. O tabaco de enrolar caiu 15,18% e os charutos são cada vez menos procurados (-48,78%), tal como as cigarrilhas (-2,2%). Apenas o cachimbo convencional, a par dos cigarros, cresceu (+7,46%). O caso excecional verificou-se no tabaco para cachimbo de água, também conhecido como shisha, uma vez que as vendas mais do que duplicaram (+136%) no ano passado.



O Estado teve a sua compensação, uma vez que as receitas fiscais do tabaco aumentaram em cerca de 300 milhões de euros, totalizando 1515 milhões, o valor mais alto desde 2011.



O ritmo de agravamento da carga fiscal tem sido anual ou mesmo semestral. Em julho do ano passado, o tabaco sofreu um aumento. A portaria do Ministério das Finanças saiu em abril, mas o Governo permitiu, conforme está previsto na Lei, que as embalagens de cigarros com a estampilha antiga pudessem ser vendidas ao preço antigo até 30 de junho. No caso do SG Ventil, a marca mais popular produzida pela Tabaqueira, o aumento foi de dez cêntimos, idêntico ao que irá ocorrer agora. A escolha do tabaco de enrolar tem vindo a diminuir junto dos fumadores, embora este fosse, até há poucos anos, um segmento em crescimento. Razão: os governos aproveitaram a maior procura para carregar no imposto. O resultado foi a quebra continuada das vendas e uma menor receita global do imposto para o Estado em 2015, ano em que a diminuição se aproximou dos 200 milhões de euros. No final de 2014, a Associação Europeia do Tabaco estimava já que o aumento da carga fiscal sobre o tabaco de enrolar superasse o custo do maço de tabaco em 14%, prejudicando a receita fiscal do Estado. “O mercado global deverá ter estabilizado (mais cigarros, menos tabaco de enrolar e menos cigarrilhas). Este desenvolvimento parece corresponder ao objetivo do governo de preservar na medida do possível a base tributável em sede do IT, quer por via de uma moderação dos aumentos da tributação sobre cigarros (para evitar desvios para o comércio ilícito), quer por via de uma progressiva aproximação dos níveis de tributação entre os diversos segmentos de produto”, afirma fonte ligada à indústria do tabaco em Portugal. “O aumento do preço do tabaco de enrolar, por via dos impostos, levou a que os consumidores regressassem em força aos cigarros, que acabaram por ficar mais baratos. Por outro lado, quando o Governo decreta um aumento, há sempre uma corrida, durante três meses, para comprar ao preço antigo”, explica Helena Manuela, presidente da Associação Portuguesa de Armazenistas de Tabaco. Fenómeno do cachimbo de água Quando os cigarros ou o tabaco de enrolar ficam mais caros, a procura de outros tipos de tabaco aumenta. Esse é o caso do tabaco para cachimbo de água, cujas vendas mais do que duplicaram (+136%) em 2016. 




As associações do setor mostram-se surpreendidas com este crescimento. “Nós não vendemos tabaco para cachimbo de água. Esse fenómeno passa-nos ao lado. E não conheço qualquer local, no Porto ou em Lisboa, que tenha esse tabaco”, afirma João Belo, presidente da Associação Nacional dos Grossistas de Tabaco. “Vendemos cada vez mais, uma vez que o tabaco para shisha é melhor para saúde do que o cigarro. O cancro vitima muitas famílias e as pessoas procuram algo mais saudável. Em Lisboa, onde a comunidade muçulmana é maior, as vendas deverão ser superiores. Mas há muitos portugueses a aderir, sobretudo depois de visitarem países como Marrocos ou Tunísia”, afirma Filipe Guedes, dono de uma loja no Porto, que vende tanto o tabaco como os cachimbos de água. “A ideia que fumar cachimbo de água é menos prejudicial para a saúde é um engano, quanto a mim, e até mesmo o fumo passivo é danoso para as pessoas circundantes aos fumadores. As sessões de sisha são mais longas e as quantidades de fumo consumidas e libertadas para o ambiente são muito consideráveis”, afirma José Reis Ferreira, cardiologista. O cigarro eletrónico é outra opção para os fumadores, embora ainda não figure nas estatísticas da Autoridade Tributária. No entanto, o Ministério das Finanças revelou ao Dinheiro Vivo que, só no ano passado, foram vendidos 495 litros de nicotina em líquido, muito acima 57,96 litros de 2015. No entanto, o Ministério diz que os anos não são comparáveis, uma vez que os comerciantes puderam, a partir de janeiro de 2015, escoar todo o stock existente à data sem a obrigação de pagamento de imposto.


Fonte: Dinheiro Vivo
Autoria: Pedro Araujo

Tabaco causa mutações genéticas nos pulmões

Um maço de tabaco por dia causa 150 mutações genéticas por ano nos pulmões

Pela primeira vez, estabeleceu-se uma ligação directa entre o número de cigarros fumados e o número de mutações que isso provoca no ADN e que, mais tarde, poderão terminar em cancro.

Que o tabaco mata já não é novidade. Que o cancro é causado por mutações no ADN também já se sabia. O que agora se encontrou pela primeira vez foi uma relação directa entre o número de cigarros fumados e o número de mutações no ADN. Se fumar um maço de cigarros por dia, ao fim de um ano terá provocado nas células dos seus pulmões, em média, 150 mutações genéticas, o que aumenta o risco de cancro – conclui este trabalho publicado esta sexta-feira na revista Science.

Se há produto constituído por substâncias tóxicas e irritantes, é um cigarro. Ao todo, têm cerca de 7000 substâncias químicas, 70 das quais são cancerígenas. Nas estimativas da Organização Mundial da Saúde, todos os anos morrem pelo menos seis milhões de fumadores e até ao final deste século prevê-se que sejam mais de 1000 milhões.

Uma investigação científica coordenada pelo Laboratório Nacional de Los Alamos (Estados Unidos) e pelo Instituto Sanger (Reino Unido), em colaboração com investigadores do Japão, da Coreia do Sul, de Itália e da Bélgica, identificou algumas mutações genéticas provocadas pela exposição, tanto directa como indirecta, ao fumo do tabaco.

“Até agora, tínhamos um largo corpo epidemiológico sobre a relação do fumo com o cancro. Neste momento, também observámos e quantificámos as mudanças moleculares no ADN para quem fuma cigarros”, sublinha em comunicado um dos autores do estudo, Ludmil Alexandrov, investigador de Los Alamos.

Ao todo, a equipa sequenciou o genoma de 5243 cancros. Os cientistas conseguiram determinar que, entre as pessoas que tiveram aqueles cancros, havia 2490 fumadores e 1063 não fumadores e foram estes dois grupos que foram comparados. Quais são então as diferenças nas células dos fumadores e dos não fumadores? E a conclusão a que se chegou, usando um software para reconhecer padrões nas mutações genéticas, é que essas mutações são mais elevadas nos fumadores. Num vídeo, Ludmil Alexandrov explica a investigação.

O número de mutações nocivas causadas pelo tabaco é alarmante, sobretudo nas células dos pulmões, onde os cientistas contabilizaram as já mencionadas 150 alterações genéticas. “Este número é extremamente elevado e aumenta enormemente o risco de desenvolver cancro dos pulmões nos fumadores”, frisa Ludmil Alexandrov ao PÚBLICO.

Um maço de tabaco por dia também é responsável por mutações genéticas noutros órgãos ao final de um ano, concluiu ainda esta investigação: em média, 97 na laringe, 39 na faringe, 23 na boca, 18 na bexiga e seis no fígado.

Neste momento, o tabaco está ligado a 17 tipos de cancros. Ao longo do estudo, identificaram-se mais de 20 mutações específicas associadas a esses 17 cancros. Essas mutações são assinaturas deixadas no ADN pelo tabaco. Contudo, apenas cinco destas mutações são muito frequentes nos fumadores.

Uma dessas mutações genéticas, que os cientistas designaram como “assinatura 4”, resulta mesmo da exposição directa ao fumo do tabaco – ou seja, os danos no ADN são provocados por substâncias cancerígenas contidas no cigarro, como o benzopireno. “As mutações da assinatura 4 também detectadas em cancros da cavidade oral, faringe e esófago, embora em número muito mais pequeno do que nos cancros dos pulmões e da laringe, talvez devido a uma exposição mais reduzida ao fumo do tabaco”, lê-se no artigo científico.

Outra mutação salientada na investigação é a número 5. Previamente descoberta num outro estudo, também no Laboratório Nacional de Los Alamos, esta alteração vai geralmente ocorrendo em todas as células do corpo e com a regularidade conhecida de um relógio. Só que a mutação número 5 é mais rápida nos fumadores do que nos não fumadores, explica um comunicado do Laboratório Nacional de Los Alamos.
Saber para prevenir

“Os resultados são uma mistura de esperado e inesperado, e revelam um retrato dos efeitos directos e indirectos [do tabaco]. As mutações causadas por danos directos no ADN pelos carcinogénicos do tabaco foram observadas principalmente nos órgãos em contacto directo com o fumo inalado”, salienta outro dos autores do estudo, David Phillips, do King’s College de Londres.

E para quem é “apenas” um fumador social? Fumar um ou dois cigarros de vez em quando também origina mutações no ADN, responde-nos Ludmil Alexandrov. “Um simples cigarro pode causar algumas – embora muito poucas – mutações”, salienta o investigador. Mas o risco de as mutações provocadas pelo tabaco virem a resultar em cancro é menor. “Fumar 50 cigarros ao longo da vida resulta, em média, em uma mutação.”

Para além da relação entre o tabaco e o cancro, detectadas ao nível das mutações genéticas que o fumo provoca, este tipo de estudos pode ser aplicado para descortinar a genética envolvida noutros factores de risco oncológico, como a obesidade e a alimentação. “Poderá ser um contributo para a descoberta de outras causas de cancro”, diz ainda Ludmil Alexandrov.

Ter agora a noção do número de mutações genéticas causadas pelo tabaco pode também ser um argumento de peso usado na prevenção do tabagismo. Para Charlie McMillan, director do Laboratório Nacional de Los Alamos, este trabalho “impulsiona o uso de software de reconhecimento de padrões na monitorização genética e representa um avanço criativo na investigação do cancro.”

Mas nem sempre o tabaco foi considerado nocivo. Esta planta veio da América para a Europa, trazida na época dos Descobrimentos. Chegou a ser divulgada como uma planta medicinal extraordinária. Mascado ou inalado, só nos finais do século XIX o uso do tabaco em cigarros se expandiu na Europa.

E se hoje não há dúvidas dos seus malefícios, nem sempre a indústria tabaqueira assumiu essa realidade, como lembra o pequeno livro de divulgação Cancro Ponto e Vírgula, editado em 2015 pelo Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (Ipatimup). “Demoraram [indústria tabaqueira] cerca de 50 anos a admitir que o consumo de tabaco é prejudicial à saúde”, lê-se na publicação, onde se encontra a ilustração de um cigarro, ao qual se faz a “autópsia de um assassino”.

TERESA SERAFIM, in publico.pt

Tabagismo é a primeira causa de morte no país

Fumar foi a primeira causa de morte em Portugal em 2013, entre os factores de risco comportamental, segundo o relatório Prevenção e Controlo do Tabagismo em Números – 2015, publicado em Fevereiro de 2016 pelo Programa Nacional para a Prevenção e Controlo do Tabagismo. O tabaco matou 12.350 pessoas em 2013 (devido a várias doenças, desde cancro e doenças respiratórias crónicas e infecções respiratórias até a doenças cardiovasculares), o que representou 11% de todos os óbitos no país. E o grupo etário mais atingido pelo tabaco foi o dos 50 aos 59 anos (cerca de 24% da mortes atribuem-se ao tabaco).

O cancro causado pelo tabaco foi um factor de peso: ao todo, houve 5460 mortes (89% nos homens). O cancro da traqueia, dos brônquios e dos pulmões foi o que causou mais óbitos, contabilizando-se cerca de 3317. Também a exposição ao fumo ambiental foi responsável pela morte de 28 pessoas.

Em 2014, havia cerca de 1,78 milhões de fumadores em Portugal com 15 ou mais anos, sendo 1,5 milhões fumadores diários, de acordo com as estatísticas do Inquérito Nacional de Saúde. Havia também muitos mais homens a fumar do que mulheres: eles eram 1,16, enquanto elas eram 600 mil. E quanto aos ex-fumadores, em 2014 eles já eram mais do que os fumadores, perfazendo então 1,92 milhões – o que equivalia a 31,8% dos homens com 15 ou mais anos residentes no país (cerca de 1,32 milhões) e a 12,9% das mulheres (608 mil).
TERESA SERAFIM, in Publico.pt 

Governo alarga proibição de fumar aos cigarros electrónicos

A partir de Janeiro vai ser proibido fumar estes cigarros nos locais já interditos a fumadores. No exterior de escolas e hospitais passará também a ser proibido fumar junto às portas e janelas dos edifícios.


O Governo tem pronto um projecto de proposta de lei que alarga a proibição de fumar aos novos produtos de tabaco sem combustão, conhecidos por cigarros electrónicos, e a outros tipos de novos produtos para fumar já a partir de Janeiro de 2017.
Além da proibição de fumar este tipo de produtos em todos os locais onde já não se pode fumar o chamado tabaco tradicional, estas novas alterações à lei vão exigir que as embalagens destes produtos tenham também rotulagem a alertar para os perigos para a saúde que o seu consumo pode causar. A advertência geral deve “cobrir 30% da superfície mais visível da embalagem individual e de qualquer embalagem exterior”.
Segundo o documento a que o PÚBLICO teve acesso, a proposta de lei pretende proteger os cidadãos “da exposição involuntária ao fumo do tabaco” e criar medidas “de redução da procura relacionadas com a dependência e a cessação do seu consumo”, abrangendo no conceito de fumar “os novos produtos do tabaco sem combustão que produzam aerossóis, vapores, gases ou partículas inaláveis”. Quer ainda “reforçar as medidas a aplicar a estes novos produtos em matéria de exposição ao fumo ambiental, publicidade e promoção”.
Neste sentido, o Governo pretende proibir ainda “alegações comerciais” que façam referência a “que um determinado produto do tabaco é potencialmente menos nocivo do que outros, ou apresenta um risco reduzido para a saúde do consumidor”.
Passa a ser também ilegal a criação de páginas electrónicas “para informação, divulgação ou promoção de produtos do tabaco”. Será igualmente proibida “a publicidade e promoção de dispositivos ou recargas”, incluindo “o papel de enrolar, dispositivos electrónicos para aquecimento de tabaco e outros dispositivos ou acessórios necessários à utilização de produtos do tabaco, de cigarros electrónicos e de produtos à base de plantas para fumar”.

Proibido fumar no exterior

Alegando que não são ainda conhecidos, “de forma robusta e cientificamente comprovada”, todos os efeitos que podem advir do consumo continuado dos novos tipo de produtos para fumar, nomeadamente os chamados cigarros electrónicos, o Governo quer que sejam feitos estudos que melhor informem o consumidor. Por isso, vai passar a exigir aos fabricantes ou importadores deste tipo de produtos que “elaborem um relatório sobre os resultados dos estudos” existentes, que “deve incluir um resumo e uma compilação circunstanciada da literatura científica disponível sobre esse aditivo” e “um resumo dos dados internos sobre os efeitos” do mesmo. Esses relatórios devem ser apresentados 18 meses após a entrada em vigor da nova legislação.
Considerando que a exposição ao fumo ambiental é particularmente prejudicial durante o período da infância e da adolescência, o Governo entende como necessário “manter e reforçar medidas de protecção eficazes, designadamente em escolas e outros locais que acolhem crianças e jovens”.
Nesse sentido, nos locais destinados a menores de 18 anos, nos estabelecimentos de ensino, independentemente da idade dos alunos, e nos estabelecimentos onde sejam prestados cuidados de saúde, onde já é proibido fumar em todas as áreas, passa também a ser proibido fumar no exterior em áreas situadas “junto às portas ou janelas dos respectivos edifícios, numa distância mínima que impeça a entrada do fumo para o interior do edifício”. O projecto de proposta de lei não estabelece, porém, qual distância mínima.

Não aos cartões de fidelização

Outras das novidades das alterações à chamada lei do tabaco que o Governo quer aprovar visa impedir que a compra de qualquer tipo de tabaco ou similares signifique uma qualquer vantagem para o consumidor. O Executivo pretende, assim, impedir a compra de tabaco “através da utilização de bases de dados, do registo electrónico de clientes, da emissão de cartões de fidelização, da atribuição de pontos ou de prémios, ou da utilização de outras técnicas de fidelização de clientes”. Em causa estão, por exemplo, os consumidores que actualmente compram tabaco num hipermercado e obtêm no seu cartão de fidelização pontos ou dinheiro que depois podem utilizar na compra de um outro produto à venda nessa superfície comercial.
Na exposição dos motivos da proposta de lei, o Executivo lembra que em Portugal o consumo de tabaco é a primeira causa de morbilidade e mortalidade evitáveis, estimando-se que contribua para a morte de mais de dez mil pessoas por ano.

 (Artigo de Luciano Alvarez - Publico.pt)

Cigarros eletrónicos deviam ser oferecidos

Os médicos britânicos dizem que os cigarros eletrónicos deviam ser oferecidos aos fumadores como forma de os ajudar a parar de fumar.

O equivalente britânico à Ordem dos Médicos em Portugal (Royal College of Physicians) afirma que há já muitas provas de que os cigarros eletrónicos são "mais seguros" que fumar e as ajudas para deixar de fumar. Acrescenta ainda que são infundados os receios de que a sua utilização seja uma porta para os cigarros tradicionais.

No que respeita ao efeitos a longo prazo na saúde, os cigarros eletrónicos são 95% mais seguros que os tradicionais. No entanto, tal não significa que não haja riscos, dado que ainda não se sabe quais os efeitos a longo prazo do vapor produzido pelos cigarros eletrónicos.

É fumador? Prepare-se para pagar mais e mudar de marca


Há marcas que vão desaparecer e preços que vão subir. Saiba quais, bem como aquelas podem ser semelhantes ao seu cigarro habitual.

A Tabaqueira, empresa portuguesa, vai parar de vender várias marcas de tabaco como por exemplo SG Gigante, SG Filtro, Philip Morris, Chesterfield Silver ou Camel Active. 
Segundo o jornal i, os comerciantes estão apenas a escoar os stocks e não estão previstas mais entregas de algumas destas marcas, que eventualmente deixarão de ser vendidas.

Para já os consumidores estão a ser aconselhados a trocar a sua marca de cigarros favorita por outra com níveis de alcatrão, nicotina, monóxido de carbono e preços semelhantes. A Tabaqueira sugere aos fumadores de Philip Morris original que o susbtiuam por L&M Red Label ou Chesterfield Red; Philip Morris Royal Blue pode ser trocado por Blue Label ou Chesterfield Blue e quem fuma SG Gigante pode optar por SG Ventil.

Outra má notícia para os fumadores: a Tabaqueira vai ainda subir os preços dos maços em cerca de 20 cêntimos.

Entrou hoje em vigor a nova lei do tabaco

A nova lei do tabaco entra esta sexta-feira em vigor, mas as imagens chocantes só passam a constar dos maços de cigarros em Maio e a proibição total de fumar em espaços públicos fechados só vigorará em 2021.

A nova legislação, publicada em agosto em Diário da República, vem ainda regulamentar os cigarros eletrónicos e os produtos de tabaco com aromas distintivos. 
As novas regras determinam que as embalagens de produtos de tabaco para fumar (como cigarros, tabaco de enrolar e tabaco para cachimbo de água) devem apresentar "advertências de saúde combinadas", que incluem texto e fotografia a cores. 
Algumas das opções constantes da "biblioteca de imagens" consistem em pulmões e línguas com tumores malignos, pessoas amputadas, mortas dentro de sacos ou em camas de hospital, uma mulher a cuspir sangue ou um bebé a fumar através de uma chucha. 


Estas imagens são acompanhadas de frases de alerta, entre as quais "fumar provoca 9 em cada 10 cancros do pulmão", "fumar provoca cancro da boca e da garganta", "fumar provoca acidentes vasculares cerebrais e incapacidades", "fumar agrava o risco de cegueira" e "os filhos de fumadores têm maior propensão para fumar". 
Além disto, passa a ser obrigatório as embalagens conterem duas advertências: "Fumar mata -- deixe já" e "O fumo do tabaco contém mais de 70 substâncias causadoras de cancro". 

As advertências devem ainda incluir informações para deixar de fumar, como números de telefone ou páginas da internet destinados a informar sobre programas disponíveis para ajudar a deixar de fumar. 
Ao todo, as advertências combinadas (texto e imagens) passam a ocupar 65% das embalagens, no caso dos maços de cigarros, em ambas as faces. 

No entanto, a nova rotulagem só vai começar a ser usada nos maços a partir de 20 de maio de 2016, data até à qual ainda é permitida a produção ou importação em território nacional de produtos rotulados na redação da anterior lei. 
A partir dessa data, é estabelecido um período de um ano (até 20 de maio de 2017) para escoar as embalagens antigas. 

As mesmas regras aplicam-se, nos termos da nova lei, aos cigarros eletrónicos com nicotina, que passam a ter as mesmas advertências e as mesmas restrições que os outros cigarros e dispõem do mesmo período de moratória. 
Os espaços públicos fechados com espaços para fumadores têm até 31 de dezembro para gradualmente se tornarem espaços totalmente livres de fumo. 

A par disso, a legislação alarga a proibição de fumar a outros espaços públicos fechados, passando a incluir recintos de diversão, casinos, bingos, salas de jogo e outro tipo de recintos destinados a espetáculos de natureza não artística. 

No entanto, estes espaços que não disponham de serviço de bar e restauração podem continuar a ter áreas destinadas a fumadores "separadas fisicamente ou totalmente compartimentadas", uma espécie de cabines como as que existem nos aeroportos, desde que disponham de ventilação adequada. 

A lei contempla algumas exceções, como salas exclusivamente destinadas a pacientes fumadores em hospitais e serviços psiquiátricos, centros de tratamento e reabilitação, de desintoxicação, lares de idosos e residências assistidas, desde que cumpram as mesmas regras que os outros espaços com áreas de fumadores. 

As prisões podem dispor também de unidades de alojamento, em celas ou camaratas, para fumadores. 
Os produtos de tabaco com aromas distintivos passam a ser proibidos, estando previsto um período transitório até 20 de maio de 2020 para produtos cujo volume de vendas na União Europeia seja superior a 3%, como é o caso do mentol. 

Os maços deixam ainda de usar termos como "light", "suave", "natural" ou "slim". 

Lusa

Estudo indica que raparigas já fumam quase tanto como os rapazes

Trabalho da Fundação Portuguesa do Pulmão e da Universidade de Coimbra avaliou mais de 3000 alunos. Muitos deles começaram a fumar na escola.

Em Portugal, mais de 30% dos homens são fumadores, um valor que representa mais do dobro do encontrado entre as mulheres. No entanto, esta diferença está a esbater-se cada vez mais e é provável que os valores se venham a cruzar. As conclusões de um estudo que será apresentado nesta terça-feira indicam que a percentagem de raparigas e de rapazes fumadores em 20 escolas de Coimbra é praticamente a mesma, assim como o número total de cigarros consumidos por dia.

O trabalho, que será apresentado em Coimbra para assinalar o Dia do Não Fumador, foi feito pela delegação desta cidade da Fundação Portuguesa do Pulmão (FPP) e pelo Laboratório de Bioestatística e Informática Médica (LBIM) da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. O estudo contou com um inquérito anónimo a 3289 alunos de 20 escolas do concelho de Coimbra, com uma média de 15,4 anos.

O inquérito, a que o PÚBLICO teve acesso, indica que 79% dos alunos disseram ser não fumadores e 21% afirmaram fumar, em 10,2% dos casos regularmente. “Considerando como fumadores tanto os alunos que indicaram fumar regularmente quanto aqueles que afirmaram fumar pontualmente, observa-se que a percentagem de rapazes (10,9% do total dos inquiridos) e de raparigas (10,1% do total dos inquiridos) entre fumadores é semelhante”, salienta o estudo, que ainda assim ressalva que “relativamente aos não fumadores, verifica-se haver uma maior prevalência no género feminino (41,8%) comparativamente ao masculino (37,2%)”.
Raparigas já fumam quase tanto como os rapazes

Os rapazes apresentam uma “maior tendência para se tornarem fumadores”, mas comparando os dados com as actuais proporções entre adultos percebe-se que o sexo é cada vez menos um factor diferenciador. Em relação à idade, os autores dizem que o número de fumadores aumenta com a idade: “Na faixa etária dos 12 aos 13 anos apenas 5,1% dos alunos fumavam. Este valor cresce gradualmente nas restantes faixas etárias, atingindo o valor de 47,4% na faixa etária que inclui os alunos com idade igual ou superior a 18 anos”.

Quanto aos cigarros fumados por dia, a média é praticamente igual entre rapazes e raparigas, “correspondendo a praticamente meio maço de tabaco por dia”. Em média os rapazes fumam 8,75cigarros e as raparigas 8,12. Outro dado a destacar diz respeito ao sítio onde começaram a fumar. É entre os mais novos que existem mais alunos a reportarem ter começado este hábito na escola. Os estudantes entre os 12 e os 13 anos, são os que mais relatam ter começado a fumar na escola, “sendo a tendência maior nas raparigas”. O valor chega aos 80%.

Numa nota, um dos autores do trabalho, o presidente da FPP em Coimbra, João Rui Almeida, alerta para a “necessidade de se apostar em campanhas de sensibilização nas escolas sobre os malefícios do tabaco” e de “sensibilizar os pais para esta realidade, dado que a maioria dos alunos fumadores (51,9%) diz que os pais fumam em casa”. As conclusões destacam, por isso, a “grande prevalência de alunos fumadores passivos” e insiste-se que, “nos casos em que há coabitação com familiares fumantes, existe um risco 1,5 vezes superior de um aluno fumar”.

Outro dos autores, o coordenador da equipa do LBIM, Francisco Caramelo, reforça que “existe um efeito cumulativo, ou seja, quem começa a fumar dificilmente deixa de o fazer, e a probabilidade de fumar aumenta cerca de 1,5 vezes por cada ano”. Isto apesar de 95,8 dos inquiridos dizerem que conhecem os efeitos secundários do tabaco. Mesmo assim, a consciência sobre os efeitos é maior nos não fumadores (97,5%) do que nos fumadores (88,5%).

Menos consultas
Os dados relativos aos jovens surgem numa altura em que tanto as consultas para deixar de fumar como as vendas de produtos antitabagismo estão em queda. Segundo os dados da consultora IMS Health, citados pela Lusa, todos os dias são consumidos por fumadores que tentam deixar de fumar 357 embalagens destes produtos. Entre Setembro de 2014 e Setembro de 2015 foram vendidos em farmácias e para-farmácias 130.390 embalagens de produtos antitabagismo, menos 33.174 do que no mesmo período do ano anterior. Em valor, os fumadores já gastaram neste ano cerca de 3,2 milhões de euros na compra destes produtos, ainda assim, menos cerca de 386 mil euros do que no ano anterior.

As consultas de cessação tabágica também têm vindo a diminuir, segundo os últimos dados disponíveis, do relatório anual da Direcção-Geral da Saúde sobre prevenção do tabagismo, apresentado em Novembro de 2014. As consultas do Serviço Nacional de Saúde para ajudar a deixar de fumar, entre 2009 e 2013, diminuíram de 25.765 para 21.577 e o número de utentes atendidos nas consultas de apoio intensivo à cessação tabágicas baixou de 7748 para 5377, enquanto o número de locais de consultas para esse fim caiu de 223 para 116. Apesar disso, em 2016, com um ano de atraso, começará finalmente a funcionar uma linha telefónica de cessação tabágica, coordenada pela Linha Saúde 24.

17 de Novembro - Dia Internacional do Não Fumador

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17 de Novembro - Dia Internacional do Não Fumador

Receitas do imposto sobre o tabaco estão em queda

Em 2015, o governo passou também a tributar charutos e cigarrilhas
Para cumprir o objectivo inscrito no OE, o governo terá de arrecadar mais de 500 milhões de euros até ao final do ano.

O Estado encaixou 970,3 milhões de euros com o Imposto sobre o Tabaco até Setembro deste ano e, para cumprir o objectivo inscrito no orçamento, terá de arrecadar mais de 500 milhões de euros até ao final do ano.

De acordo com a síntese da execução orçamental até Setembro, divulgada pela Direcção-Geral do Orçamento (DGO), o Imposto sobre o Tabaco (IT) representou receitas de 970,3 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, menos 5% face ao mesmo período de 2014.

Tendo em conta que o objectivo de receita fiscal deste imposto previsto no Orçamento do Estado para 2015 (OE2015) era de 1.505,1 milhões de euros, será ainda preciso arrecadar mais 534,8 milhões de euros nos últimos três meses do ano para cumprir aquela meta.

De acordo com a síntese da execução orçamental de Dezembro de 2014, a receita arrecadada com o Imposto sobre o Tabaco no ano passado atingiu os 1.400,2 milhões de euros, um aumento de 6,6% em relação ao ano de 2013.

Em 2015, o Governo alargou o Imposto sobre o Tabaco ao rapé, tabaco de mascar, tabaco aquecido e cigarros electrónicos, passando também a tributar charutos e cigarrilhas, justificando a medida com "razões de defesa da saúde pública, bem como de equidade fiscal, uma vez que são produtos que se apresentam como substitutos dos produtos de tabaco".

Além disso, foi também introduzido um montante mínimo de imposto na tributação dos charutos e cigarrilhas, justificado pelo Governo "sobretudo por razões de equidade, neutralidade fiscal, saúde pública e de defesa da concorrência, uma vez que este tipo de produtos tinha um tratamento fiscal mais favorável quando comparado com outros tabacos manufacturados".

Lusa

Cigarros eletrónicos terão os dias contados ?


Um ano depois do ‘boom’ da moda de fumar cigarros eletrónicos, que chegou a ter 300 mil ‘vapeadores’ em Portugal, estima-se que atualmente sejam somente cinco mil os fumadores de vapor de água, com ou sem nicotina.

Tiago Machado, que representou a Associação Portuguesa de Empresa de Cigarros Eletrónicos, entretanto desconstituída, explicou à agência Lusa que o setor sofreu um “duro revés há precisamente um ano”, quando um estudo japonês indicou que os cigarros eletrónicos continham até dez vezes mais agentes cancerígenos do que o tabaco convencional.

“O setor caiu completamente com a notícia do estudo japonês, com dados falsos. Foi o princípio do fim. O ‘formaldeído’ [composto líquido utilizado nos cigarros eletrónicos], só afeta a saúde das pessoas quando é ‘vapeado’ a 900 graus e sabe-se que o cigarro eletrónico é ‘vapeado’ a 180/200 graus”, disse Tiago Machado.


Segundo aquele responsável, depois do ‘boom’ de 2013-2014, em que se contabilizavam entre 300 a 400 mil ‘vapeadores’ em Portugal, o número atualmente de pessoas que fuma cigarros eletrónicos desceu para cerca de cinco mil.

“Deixou de ser um negócio em Portugal. Em países como França, Holanda, Inglaterra e Estados Unidos, o ‘vapeio’ é defendido por ordens médicas e instituições de saúde. Em Portugal deixou de ser negócio”, sublinhou.

De acordo com Tiago Machado, também o alargamento do Imposto sobre o Tabaco aos cigarros eletrónicos, com uma carga fiscal “demasiado elevada” e “12 vezes superior à de Espanha”, levou “ao fim de esperança que havia em recuperar o setor”.

Patrícia Figueiredo foi uma das fumadoras de tabaco tradicional que passou a ‘vapear’ em março de 2014, quando a moda estava no auge. Fumadora desde os 14 anos, decidiu, numa altura em que estava debilitada fisicamente, trocar o tabaco normal pelos cigarros eletrónicos, sobretudo por uma questão de dinheiro.

“Antes gastava cerca de 120 euros por mês, passei a gastar cinco (…)”, declarou à Lusa.

Patrícia revelou não se ter assustado com o facto de os estudos afirmarem que afinal este tipo de cigarros também é prejudicial à saúde, acreditando que “nunca irá ser mais prejudicial que o tabaco” e estando consciente de que qualquer tipo de inalação é prejudicial: “esta será menos má e mais barata”.

Para Patrícia Figueiredo, os cigarros eletrónicos trouxeram-lhe uma vantagem, pois deixou de fumar.

“Na realidade, já não fumo. Comecei a ‘vaporizar’ há cerca de um ano e oito meses, com um nível de nicotina de 12. Durante o primeiro ano fui reduzindo gradualmente e há mais de meio ano que tenho sempre comigo o ‘vaporizador’, mas com nicotina a zero. Serve muitas vezes para aquelas alturas em que se dão os almoços e jantares de empresa e/ou amigos e para não arriscar o ‘vou fumar só um’, tenho sempre o vaporizador comigo”, explicou.

Segundo um inquérito do Eurobarómetro divulgado a 29 de maio passado, os cigarros eletrónicos eram a escolha de 2% dos fumadores portugueses, em linha com a média da UE, sendo que 1% respondeu ao estudo ter usado e desistido (UE 3%) e 3% experimentaram e desistiram (UE 7%).

No total, 6% dos portugueses já experimentaram o cigarro eletrónico (UE 12%), mais os homens (PT 7%, UE 13%) do que as mulheres (PT 4%, UE 10%).

Hoje, assinala-se o Dia do Não Fumador.

Lusa/SOL

EUA proibem fumar dentro de casa arrandada

Os norte-americanos podem ser proibidos de fumar nas próprias casas, depois da apresentação de uma proposta de lei federal que prevê a proibição de fumar dentro de habitações arrendadas. 

A medida é discutida desde 2009, data em que o governo federal impôs a proibição de fumar nas casas estatais. 
Proposta de lei federal que prevê a proibição de
fumar dentro de habitações arrendadas 

Entretanto, mais de 600 agências de arrendamento, responsáveis por cerca de 200 mil habitações, avançaram já com a proibição de forma voluntária. 

Segundo o regulador, esta medida melhora a qualidade do ar no interior das casas, beneficiando os residentes, reduz o risco de fogos catastróficos e baixa os custos totais de manutenção. 

No entanto, a controvérsia está instalada e a dividir a opinião pública. Isto porque ao mesmo tempo que há quem defenda que diminui os perigos para os fumadores passivos, outros exigem o direito de usar livremente a casa que arrendam.

Explosão de cigarro eletrónico deixa jovem em coma



Um homem ficou em coma induzido, depois de um cigarro electrónico ter explodido quando o estava a usar.

Segundo o Mirror, o incidente ocorreu no dia 29 de Julho, quando James Lauria, de 23 anos, decidiu fazer uma pausa no trabalho para fumar, em Atlanta (EUA). 
O jovem ficou com queimaduras graves no peito e na mão, fraturou o pescoço e um dedo e ficou ainda com um buraco no céu-da-boca.

“A última coisa de que me lembro é de estar numa ambulância, a caminho do hospital. Tenho muita sorte em estar vivo”, afirmou o norte-americano, que decidiu partilhar a sua história para alertar outras pessoas.

Várias semanas depois do acidente, Lauria já saiu do coma, mas continua sem conseguir ingerir comida sólida e com dificuldades na linguagem.

O incidente já está a ser investigado pelas autoridades norte-americanas.

O tabagismo no dia europeu da saúde oral


O cancro oral é um dos que tem maior taxa de mortalidade. O dia europeu da saúde oral, que se assinala este sábado, dia 12, alerta para a doença.

António Varela tem 74 anos e chegou a fumar 80 cigarros por dia. Não contraiu cancro oral mas foi perdendo todos os dentes devido ao efeito do tabaco. António perdeu a capacidade de mastigar e só agora, com os implantes concretizou um desejo antigo: comer um bife da vazia.

O tabaco e o álcool são os principais fatores de risco do cancro oral. O dentista Énio Pólvora explica que o cancro oral é inicialmente silencioso e por isso difícil de detetar pelos pacientes. O médico deixa no entanto uma pista: as pessoas devem estar atentas à mudança de coloração das gengivas e a lesões que não cicatrizam depressa.

O cancro oral é um dos carcinomas com maior taxa de mortalidade em Portugal. Estima-se que, por ano, morram cerca de 500 pessoas.

Fonte: TSF

Fumar aumenta o risco de câncer de pâncreas



Além da idade (acima dos 70 anos), o tabaco aumenta o risco de câncer de pâncreas. Fumantes têm quatro vezes mais chances de desenvolver esse tipo de tumor em relação a quem não fuma. A história familiar de câncer de pâncreas também deve ser levada em consideração, alerta o cirurgião digestivo Filipe Augusto.

Existe também relação da doença com o consumo de bebidas alcoólicas, dieta rica em sal e alimentos condimentados. A doença também está relacionada ao consumo excessivo de gordura e de carnes e exposição a compostos químicos, como solventes e derivados do petróleo.

Obesos, diabéticos tipo 2, pessoas com pancreatite crônica, também têm mais chances de desenvolver a neoplasia. Na maioria das vezes o diagnóstico é tardio, sendo feito pela história clínica associada à exames laboratoriais e de imagem, como a tomografia do abdômen.

Já está em vigor a nova lei do tabaco

Saiu a lei que impõe ainda mais restrições à venda e ao uso do tabaco. Além de definir a proibição gradual (que em 2021 será total) do fumo em todos os espaços públicos fechados, designadamente restaurantes, casinos, discotecas, bares, o diploma traz 42 imagens chocantes que terão de figurar (a cores) nos maços e embalagens de tabaco já a partir de 1 de janeiro do ano que vem.
Imagens de pulmões e línguas com tumores malignos, pessoas mortas dentro de sacos ou enfermas em camas de hospital, uma mulher a cuspir sangue, um fumador a apagar um cigarro num cinzeiro com cinza em forma de um feto, um bebé a fumar através de uma chucha.
Estas serão algumas das opções à disposição dos fabricantes de tabaco e que constam da "biblioteca de imagens (de advertências de saúde combinadas)".
O tabaco é uma das principais causas de doenças graves mortais, mas também uma importante fonte de faturação para as empresas deste mercado e para o próprio Estado. Dá às Finanças um encaixe anual de 1,5 mil milhões de euros em impostos (estimativa para 2015, que cresce 7,5% face a 2014, aliás). Até julho, o Fisco recebeu 543 milhões de euros em sede de "imposto de consumo sobre o tabaco".
O diploma publicado nesta quarta-feira em Diário da República afirma que fumar provoca "nove em cada 10 cancros do pulmão"; "cancro da boca e da garganta" e que "os filhos de fumadores têm maior propensão para fumar", entre muitas outras advertências.
A nova lei, aprovada em abril pelo Governo e em julho pelo Parlamento, "procede à primeira alteração à Lei n.º 37/2007, de 14 de agosto, que aprova normas para a proteção dos cidadãos da exposição involuntária ao fumo do tabaco e medidas de redução da procura relacionadas com a dependência e a cessação do seu consumo".
E transpõe para a ordem jurídica interna "a Diretiva 2014/40/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 3 de abril de 2014, relativa à aproximação das disposições legislativas, regulamentares e administrativas dos Estados membros no que respeita ao fabrico, apresentação e venda de produtos do tabaco".
Proibição total em 2021
O mesmo diploma estabelece o regime de proibição gradual até 2020 do fumo em locais públicos (norma transitória), como "casinos, bingos, salas de jogo e outro tipo de recintos destinados a espetáculos de natureza não artística", "salas e recintos de espetáculos", "estabelecimentos de restauração ou de bebidas, incluindo os que possuam salas ou espaços destinados a dança".
Os locais que tenham salas e espaços reservados 
a fumadores e instalados extratores de fumo podem beneficiar da "permissão de fumar", mas esta só é válida até 31 de dezembro de 2020. Daí em diante, o tabaco será totalmente proibido nos espaços públicos fechados em Portugal.
O mercado em números
Segundo o último relatório da Direção-Geral de Saúde (DGS), "Prevenção e Controlo do Tabagismo em Números, 2014", "o valor das vendas obtido pela indústria do tabaco, em 2012, foi de 458 milhões de euros (INE, 2014)".
O consumo de cigarros tem vindo a cair de forma persistente desde 2009 (ainda que ligeira, de ano para ano). Segundo as Finanças, citadas no balanço da DGS, o número de cigarros que entrou no mercado em 2009 rondou os 11,9 mil milhões de unidades. Em 2013, foram registados 10 mil milhões.
O agravamento brutal da carga fiscal e as crescentes restrições sobre os hábitos fizeram reduzir o consumo. É a tese que prevalece.

Contagem de mortes
O estudo da DGS refere ainda que "de acordo com as estimativas efetuadas no âmbito da iniciativa Global Burden of Disease (GBD 2010), pelo Institute for Health Metrics and Evaluation, em 2010, o consumo de tabaco foi responsável, em Portugal, pela morte de cerca de 11 mil pessoasfumadoras ou ex-fumadoras (aproximadamente 10,3% do total de óbitos verificados naquele ano). Destes óbitos, cerca de 83,2% registaram-se no sexo masculino".

E que "segundo a mesma fonte, o consumo de tabaco em Portugal foi responsável por 2348 mortes por doenças respiratórias (19,9% do total de óbitos por esta causa), 4643 mortes por cancro (18,6% do total de óbitos por esta causa) e 3777 mortes por doenças do aparelho cardiovascular(11,2% do total de óbitos por esta causa)", conforme dados da GBD (2010) e da Pordata (2014).

Fonte: 26/08/2015 | 14:30 |  Dinheiro Vivo

Foi criada a rede de referenciação para consultas antitabágicas

Hospitais e centros de saúde têm dois anos para implementar resposta. Linha Saúde 24 também cria programa para apoiar fumadores

 consultas tabagismo
 Consultas antitabágicas

Procurar ajuda e acompanhamento médico para deixar de fumar passará a ser mais fácil. É o que se pretende com a criação da rede de referenciação para consultas antitabágicas, publicada nesta semana em Diário da República, que dá dois anos para que os serviços criem mais consultas e perto das pessoas, tenham mais médicos disponíveis para o atendimento de fumadores e estabeleçam a rede de ligação entre hospitais e centros de saúde. Estima-se que por ano sejam atendidos cerca de 7000 utentes nas consultas já existentes, que nos últimos anos, à excepção de 2013, têm vindo a descer.

A implementação da rede está dividida por duas fases - finais de 2016 e 2017 - e cabe às administrações regionais de saúde agilizar o processo. Até lá os profissionais de saúde têm de receber formação para fazer intervenções breves e apoio intensivo, criar projetos que promovam o fim do consumo de tabaco, identificar a população fumadora da zona de forma a organizar a resposta dos serviços, manter ou promover a criação de pelo menos uma consulta em cada agrupamento de centros de saúde e que deve estar disponível na unidade mais acessível ou que atende mais utentes. A rede prevê a criação de consultas em horário pós-laboral, a eventual criação de equipas móveis para chegar aos locais mais isolados. Quanto ao reforço das equipas, o convite deve ser prioritário aos médicos que estão em exclusividade com 42 horas semanais e 1550 utentes.

Sabe qual o país em que menos se fuma ??


Turcomenistão, o país em que menos se fuma no mundo!
Apenas 8% da população é fumante. Em 1990, 27% dos homens maiores de 15 anos e 1% das mulheres fumavam no país. Mas, em 2000, as autoridades proibiram o fumo em locais públicos, edifícios governamentais, no exército e qualquer publicidade de cigarroAFP
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Sabe qual o país em que menos se fuma ??
 
O Turcomenistão, ex-república soviética da Ásia Central, é o país em que menos se fuma no mundo, anunciou nesta terça-feira a diretora-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Margaret Chan. "Um estudo recente da OMS mostra que somente 8% da população fuma no Turcomenistão", declarou Chan, durante um fórum médico internacional em Asjabad, capital do país.

"É a taxa nacional mais baixa do mundo. Os parabenizo por este progresso", ressaltou, citada pelos meios de comunicação estatais, dirigindo-se ao presidente do país, Gurbanguly Berdymujamedov.

Um dos países mais isolados do mundo, o Turcomenistão ratificou em 2011 a convenção da OMS para a luta antitabaco.

Em 1990, 27% dos homens maiores de 15 anos e 1% das mulheres fumavam no país.Mas, em 2000, as autoridades proibiram o fumo em locais públicos, edifícios governamentais e no exército. A publicidade de cigarro também é proibida.

Dentista de formação, o atual presidente chegou ao poder em 2006 após a morte do ditador Saparmurat Niazov, que instaurou um grande culto de personalidade no país.

O ex-ditador, que lutava sem trégua contra o tabagismo, construiu uma escada de 36 quilômetros de extensão nas montanhas, perto da capital, e obrigava os membros do governo a percorrê-la uma vez por ano para melhorar sua saúde.